Mensagem de Páscoa 2019

Sr. Arcebispo de Cantuária

Reverendissimo Justin Welby

 

Levantai os vossos corações, erguei as vossas vozes

Rejubilai, outra vez vos digo, Rejubilai!

Estas palavras, que fazem parte do oitavo hino de uma coleção de Charles Wesley chamada: “Hinos para a Ressurreição do Senhor”, expressam o grito de alegria da alma humana acerca das boas novas da Ressurreição de Jesus Cristo.

A Ressurreição de Jesus é causa de uma grande alegria. É a fonte da alegria definitiva, porque na Ressurreição Jesus venceu o pecado e a morte (1 Coríntios 15:57). A Ressurreição ocorreu num tempo e num lugar particular, mas o seu significado é eterno e universal. Deus, designou a salvação do mundo e da criação, que estavam decaídos, olhando na direção daquele dia em que as trevas foram expulsas. Deus propôs a salvação deste mundo caído e a criação recordou-se do dia em que as trevas foram expulsas. Deus desejou a salvação deste mundo caído, e a partir desse dia a Igreja passou a viver na luminosidade do nosso Rei Triunfante. No VI séc. o sacerdote e poeta Venâncio escreveu:

A luz, o céu, os campos e o mar louvaram devidamente a Deus que ascendeu

para além das estrelas, tendo esmagado as leis do Inferno. Ele, Aquele que foi

crucificado, reina como Deus sobre todas as coisas, e todas as criaturas

oferecem oração ao seu Criador.

Desde o primeiro Dia da Páscoa, os discípulos de Jesus deram a conhecer as Boas Novas da Ressurreição. O Senhor Ressuscitado disse a Maria Madalena para não o deter, mas para ir e anunciar aos discípulos. Ela assim fez, proclamando: “Vi o Senhor” (João 20:17-18). No monte da Ascensão, Jesus dirigiu-se aos seus discípulos dizendo: “ Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos. Batizem-nos em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo quanto eu tenho mandado. E saibam que estarei sempre convosco até ao fim dos tempos.” (Mateus 28:19-20).

Então os discípulos (os que seguem) tornaram-se apóstolos (os que são enviados). Desde então a Igreja permanece nessa tradição apostólica: simultaneamente naqueles que professam a fé dos Apóstolos e naqueles que partilham da sua missão de evangelização.

Envio-vos esta carta num tempo difícil na vida de muitos povos e nações. A Criação sofre os efeitos da negligência e ganância humanas; povos continuam a sofrer como resultado da guerra e do terror; os sistemas políticos e económicos estão a desfazer-se sob as ameaças dos extremismos e da apatia. O nosso mundo está num estado em que desesperadamente necessita de esperança. Como Cristãos, nós temos uma mensagem segura e certa para proclamar. No Dia de Páscoa as Igrejas espalhadas por todo o mundo cristão cantarão: “Cristo Ressuscitou! Cristo venceu! Agora sereis cheios da sua Vida e da sua Glória!”

A proclamação de esperança que é a nossa através da Ressurreição de Jesus Cristo, deve ser simultaneamente confiante e humilde. No nosso mundo complexo e plural, a nossa evangelização não deve ser forçar os outros, mas como seguidores de Cristo temos a tarefa de dar testemunho da nossa fé: falar de esperança ao mundo a partir da Ressurreição de Cristo, numa mensagem amadurecida pela delicadeza e respeito. As nossas atitudes de amor, compaixão, respeito e delicadeza confirmam que a mensagem que partilhamos é verdadeiramente a Boa-Nova.

Dei início a esta carta com uma citação de Charles Wesley (1707-1788). Juntamente com o seu irmão mais velho John, Charles devotou toda a sua vida ao serviço do Evangelho – pregando as Boas-Novas, a tempo e fora de tempo e transformou a Igreja e as vidas daqueles que ouviram a mensagem. Num outro Hino ele deu eco ao chamamento de Cristo a Maria Madalena, que é, na realidade, o apelo de Cristo a cada um de nós:

“Vai e proclama aos Seguidores do teu Senhor, que foi devolvida a vida ao vosso Jesus”

Que a Bênção de Deus e a alegria da Ressurreição que nós partilhamos por todo o mundo, sejam convosco neste tempo de Páscoa.Páscoa

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