Numa perspectiva bastante realista, Jesus vem a todo o momento. A grande arte de viver do cristão consiste em saber localizá-lo, saber detetar a Sua presença no instante preciso da Sua chegada. Pode surgir apenas como o humilde carpinteiro; pensaremos também, à semelhança de Maria Madalena, que Ele é “um dos jardineiros”? De olhos mal abertos, equivocamo-nos com facilidade.., será possível que falhemos o contacto com a Sua aparição? Cristo pode correr ao nosso encontro da forma mais estranha: na tarefa mais humilde e obscura, na actividade aparentemente desagradável, como pode também surgir na cintilação do triunfo ou simplesmente na mensagem da Boa-Nova brandamente segredada ao ouvido. “Virei outra vez”.

Mas, de olhos bem abertos contemplaremos continuamente na Sua aparição, aquela que esperamos. A vida do cristão mede-se e pesa-se por esta capacidade percetiva de natureza espiritual; sabemos que Ele é Alguém cuja vinda afinal se processa continuamente. Mas um dia virá em que Ele surgirá “de repente”, quando a alma transitar para regiões desconhecidas. Surgirá, sim, mas desta vez envolvido nas roupagens negras da morte. E então? Será que O reconheceremos? Possuiremos a lucidez e a acuidade suficientes para penetrar o terrível véu e exclamar: “É o Senhor!” Muitas pessoas têm tido essa felicíssima e gloriosa experiência. No momento da grande chamada são almas que respondem; não como vítimas que se precipitam para a morte, mas como a “noiva” que se presta para encontrar o “noivo” (S. João 3,29).

Aqueles que O amaram e que d’Ele foram íntimos em vida, com Ele conviverão triunfalmente na morte!
 
In Leituras Bíblicas Diárias - Ano A - 2013/2014
 
Liturgia para Coroa do Advento

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