Ao recusar-se a confessar o seu pecado o homem fecha-se à Graça divina, expulsando-a da sua vida. Estancam-se então, dentro de si, as torrentes de água viva, interrompe-se a energia que o alimentava. Pelo contrário, a confissão torna a alma receptiva às abundantes e generosas fontes da vida. No próprio momento em que reconhecemos e nomeamos o nosso pecado, abrimo-nos a Deus. A culpa penitentemente confessada é assim destruída pelo "fogo que consome",1 o fogo do amor de Deus. É ao reconhecer a minha transgressão que principio a compreender o que significam o perdão, a alegria e a paz; mas se encubro o meu pecado, faço descer sobre mim um espesso véu que me encobre e me priva das "incompreensíveis riquezas de Cristo" 2 "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar... e nos purificar de toda a injustiça". Devo então, confessar as minhas transgressões, diariámente, na presença de Deus. Porque é ao contar-lhe a minha derrota que retomo o caminho da vitória. Ao persuadir-me a manter silêncio sobre a minha queda, o Maligno reforça as cadeias com que me acorrenta. Mas se me abro "perante" o "Senhor"3, é enorme a confusão que se espalha no campo do Inimigo e todos os seus intentos caem por terra. Que ao cair, eu não junte à queda o pecado do silêncio. As faltas que eu não confesso a Deus germinam na escuridão e dão venenosos e odiosos frutos que não cessam de se multiplicar. Mas se reconheço e confesso a minha culpa, a alma é purificada e dela são expulsas as sementes da iniquidade.
 
1Deuteronómio 4,24; 2Efésios 3,8; 31 Samuel 1,15

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