Mensagem dos Bispos Anglicanos e Velho-Católicos da Europa Continental
às suas igrejas por ocasião da Festa de S. Willibrord*, 7 de Novembro de 2013

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Irmãos e Irmãs em Cristo,

Na Assembleia Geral da Conferência das Igrejas Europeias (CEC/KEK), que decorreu de 3 a 8 de Julho, foi tomada uma decisão significativa para as nossas igrejas membros Anglicanas e Velho-Católicas. Esta decisão não teve muita publicidade, mas tem, no entanto, muita importância para a nossa identidade dentro do cenário cristão europeu. Foi o reconhecimento formal de que Anglicanos e Velho-Católicos podem ser tratados como uma só família dentro do movimento ecuménico que a CEC/KEK representa.
 
Este reconhecimento deve-se largamente ao trabalho de um membro da Igreja Católica Suíça de Cristo (Swiss Christ Catholic Church), a Diácona Ulrike Henkenmeier. Ela apresentou a proposta e convenceu a Assembleia de que se a CEC/KEK desejava que as Igrejas se agrupassem em famílias, fazia sentido eclesiológico nós, Anglicanos e Velho-Católicos, estarmos na mesma família. As nossas Igrejas são Igrejas Católicas. Partilhamos uma identidade como Igrejas Católicas sinodais e reformadas. Somos reformadas no sentido e que nos restaurámos, no caso Anglicano através de uma reforma, e no caso Velho-Católico através da resistência à autoridade centralizada da Igreja na Cúria Romana, o que consideramos ser a expressão autêntica da Igreja Una Santa Católica e Apostólica de Jesus Cristo. Graças à Diácona Ulrike a sua moção na CEC/KEK providenciou um momento educativo para muitos membros de outras Igrejas que não estavam cientes do relacionamento de comunhão que entre nós existe ou da nossa auto-compreensão como Igrejas Católicas.

Claro que aqueles de nós que somos Anglicanos ou Velho-Católicos deveríamos estar conscientes e saber tudo sobre este relacionamento familiar! Mas, para sermos honestos, temos de admitir que há mais Velho-Católicos a conhecer o Acordo de Bona do que Anglicanos. Por esta razão, o Conselho Internacional Coordenador Anglicano-Velho Católico, as Sociedades S. Willibrord, e os nossos bispos tem sempre nas suas agendas a necessidade de ensinar o nosso povo sobre a relação de comunhão estabelecida pelo Acordo de Bona de 1931 e o que ele realmente significa para a nossa vida em comum hoje.

Fazer parte de uma família é muito significativo e um facto a ser celebrado. Mas não é suficiente. Como uma família somos chamados a testemunhar juntos e a trabalhar juntos. A nossa comunhão sacramental, que tanto prezamos, deve tornar-se visível na forma como vivemos unidos, como proclamamos juntos a Boa Nova de Jesus Cristo e como buscamos o avanço do Reino de Deus.

O tema da 14ª Assembleia da CEC/KEK foi “E agora porque esperais?”. Podemos pois fazer a mesma pergunta à nossa família Anglicana e Velho-Católica. A nossa vida e missão comum na Europa deve assumir mais protagonismo, necessita de se tornar mais visível. Porque esperamos nós? Nas nossas cidades e vilas da Europa Continental, onde Anglicanos e Velho-Católicos vivem em conjunto, não poderíamos ser mais activos na intenção de mostrarmos visivelmente que somos um? Vivemos uma vida de comunhão e, como Anglicanos e Velho-Católicos, podemos encontrar Cristo em conjunto quando partilhamos a Santa Comunhão. Mas esta partilha, que é superiormente manifesta na Eucaristia, necessita de se tornar visível na forma como, em conjunto, procuramos encontrar Cristo servindo os pobres, na forma como servimos as necessidades do mundo, fora dos edifícios das nossas Igrejas. É um dom imenso que nos foi dado, conhecer o Amor de Deus na comunhão sacramental que partilhamos, graças ao Acordo de Bona. S. Gregório, o Grande, disse: “aquele que ama o seu(sua) vizinho(a) ama o seu Deus.” Nós, Anglicanos e Velho-Católicos, podemos aproximarmo-nos mais de Deus, juntos, em comunhão.

Encontremos formas de nos aproximarmos mais de Deus, em conjunto, através dos nossos vizinhos.

Pelos bispos Anglicanos e Velho-Católicos da Europa Continental
+David Hamid

*S. Willibrord de Utreque (nasceu em 658/morreu a 7 de Novembro de 739) foi um missionário cristão anglo-saxão e o primeiro Bispo de Utreque. É venerado como Santo pelos Católicos Romanos, a Comunhão Anglicana e os Velho-Católicos. Anglicanos e Velho-Católicos celebram a sua Festa, a 7 de Novembro, como memorial da fundação da Igreja de Utreque, da qual os Velho-Católicos se consideram os continuadores

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